Há uma série de motivos pelos quais muitos de nós, estrangeiros, deixamos os nossos países e vimos viver para o Algarve. O sol, o mar, a areia, porventura o golfe, ou mesmo um melhor estilo de vida, com mais qualidade e muito mais seguro. Seja qual for a razão, todos nós parecemos adorar o espírito de solidariedade que encontramos aqui. E é disso mesmo que quero falar agora: das pessoas que se organizam e se entreajudam.
Espírito de comunidade
Recentemente precisei ir à Junta de Freguesia da minha localidade, Santa Bárbara de Nexe, uma pequena vila nas colinas perto de Faro. Quando entrei nessa tarde, ouvia-se uma música alegre a tocar, vinda de outra sala. Curiosa, fui ver o que se passava: muitas das pessoas da vila estavam a divertir-se em pleno Chá Dançante à antiga. Fiquei espantada ao ver tantas caras conhecidas a deslizar pelo salão de baile, sorrindo, conversando e, nitidamente, a passar uma ótima tarde. O Presidente da Junta também lá estava a tomar uma chávena de chá e em amena cavaqueira com um grupo de velhos amigos, enquanto as respetivas esposas rodopiavam pela pista de dança improvisada. Um velhote estava a tocar umas cantigas portuguesas antigas e, embora eu não soubesse falar português, toda a gente me saudou de braços abertos, encorajando-me a entrar e a juntar-me a eles. No Algarve é comum realizarem-se este tipo de bailes nas Juntas de Freguesia e nos salões de dança ou danceterias locais.
Comovente
Existiré outro exemplo de pessoas (nada) comuns que fazem o que podem para ajudar a aliviar muito do sofrimento dos mais desfavorecidos. Com sede em Loulé, esta Associação tem um centro de dia para as pessoas com deficiência física e mental, proporcionando às famílias e aos respetivos cuidadores acesso a cuidados de saúde, ajuda e até mesmo reabilitação.
Na Existir, avaliam a capacidade de cada um e atribuem-lhe um “trabalho”. Esta terapia ocupacional pode envolver trabalho de computador, fazer cartas, esculpir, desenhar, pintar, fazer velas ou mesmo trabalho de carpintaria. O trabalho faz-se em grupos e os corredores enchem-se dos sons de conversas e risos. A Existir tem uma sala de fisioterapia apetrechada com todo o tipo de equipamentos de fitness: é usada pelas pessoas com incapacidades físicas debilitantes e que precisam de trabalho de reabilitação.
Também tem uma sala muito bonita, arranjada como uma loja normal, cheia de roupas, sapatos, acessórios e artigos de criança, etc. tudo peças doadas à Associação. Cada adulto desfavorecido tem 10 minutos para ver e escolher os artigos que lhe sirvam ou ao seu bebé ou criança, podendo fazê-lo com toda a dignidade e privacidade.
Esta Associação tem ainda uma rede de distribuição alimentar bem organizada que leva comida aos sem-abrigo e aos mais pobres da região, o que lhes permite manter a sua família junta. Até há bem pouco tempo, a Existir preparava, cozinhava e distribuía mais de 300 almoços por dia por escolas locais, conseguindo assim fundos para ser autossuficiente. Agora as escolas têm as suas próprias cozinhas e por isso esse serviço foi cancelado – um severo golpe no orçamento e autofinanciamento da Existir. Independentemente disso, continuam a cozinhar e a servir refeições aos mais carenciados todos os dias.
A Existir também gere uma lavandaria; lava e engoma roupa comum, atoalhados, roupas de cama e cortinados, e faz todo o tipo de arranjos necessários. Mais uma forma de autofinanciamento e de manter ocupadas senhoras ainda muito capazes. A carpintaria, gerida por um senhor em cadeira de rodas, repara, dá brilho e novas cores a mobiliário que as pessoas trazem para ser restaurado.
Toda esta Associação Solidária é gerida por pessoas dedicadas, que amam o próximo e que apenas querem ajudar os mais desfavorecidos da nossa sociedade. Já visitei a Existir algumas vezes e fui sempre recebida de braços abertos (tal como todos os visitantes que lá vão). Mostraram-me, e aos meus amigos, as suas instalações impecavelmente limpas, apresentando-nos com orgulho aquilo que os seus “trabalhadores” conseguem fazer. Por seu turno, os “trabalhadores” ficam felicíssimos por ver caras novas e é com espontaneidade que nos presenteiam com um abraço, um aperto de mão ou mesmo uma canção!
Dependendo quase totalmente do apoio da comunidade para o seu trabalho, desesperam por encontrar novas formas de angariar mais fundos. No Natal será realizado um concerto para angariação de fundos, por isso aqui fica a informação caso queira usufruir de uma noite de música festiva.
Por 20€ por ano pode tornar-se sócio da Existir: pode doar roupas, dinheiro, materiais para os seus workshops, comida para o centro de distribuição de alimentos ou levar a sua peça de mobiliário preferida para um bom restauro. Tudo o que possa fazer, por pouco que seja, será uma boa ajuda!
Em jeito de nota final, eis uma pequena história que me contou um dos voluntários da Existir:
Há uns anos atrás, muito perto do Natal, como a Existir ia fechar por uns dias, os voluntários da Associação fizeram cabazes de alimentos de primeira necessidade para os mais pobres, para os ajudar a passar a quadra natalícia. Mas ao entregarem esta prenda inesperada, muitas das pessoas devolviam-na dizendo que não tinham onde preparar as refeições, por isso era melhor dar esse cabaz a quem tivesse onde cozinhar aquela comida.
Isso mesmo: solidariedade pura!
Motards durões com corações de ouro
O Moto Clube Faro, cujo lema é “Live to Ride and Ride to Live” (“Viver para andar de mota, andar de mota para viver”), organiza uma fantástica Concentração de Motas todos os verões em Faro – já o fazem há mais de 30 anos! Mas sabia que estes motociclistas também organizam o Desfile de Pais Natais?
Trata-se de uma enorme “procissão” de motociclistas vestidos a rigor de Pai Natal, que se realiza no dia 21 de dezembro. O desfile inicia-se pelas 2h00 da tarde e parte das novas instalações do Moto Clube de Faro (sediado na estrada Faro - Olhão, perto da estação da BP).
Estes Pais Natais motoqueiros vão cheios de “miminhos” e guloseimas que recolheram anteriormente. O objetivo é distribuir essas prendas pelo Refúgio Aboim Ascensãode Faro e pelo lar de terceira idade das Missionárias da Madre Teresa de Calcutá, também em Faro, entre outras instituições de solidariedade. As prendas incluem brinquedos, roupas, comida, roupa de cama e tudo mais que as IPSS e Associações de Solidariedade Social tenham pedido para que possam continuar a sua missão.
Os motociclistas não fazem publicidade deste desfile fantástico, nem de qualquer outra iniciativa de solidariedade em que participem – simplesmente levam a cabo essas iniciativas e ponto final. Mas a visão de centenas de motards a percorrer as ruas de Faro vestidos de Pai Natal em vez de couro preto é simplesmente única e espetacular. À medida que vão passando, atiram guloseimas às crianças que os veem desfilar ao longo do percurso e, depois de terem ido às instituições entregar os muito bem-vindos donativos, aceleram até à zona pedestre da marina de Faro, onde convivem e oferecem fatias de Bolo-rei, doces e cálices de vinho do Porto aos habitantes de Faro.
Se também quiser contribuir com alguns “miminhos” pode visitar a sede do Moto Clube de Faro de segunda a sexta das 11 da manhã à 1 da manhã e aos fins de semana das duas da tarde à 1 da manhã e doar o que tiver aos sócios gerentes que lá estiverem.
Pelos vistos, toda a gente está a sofrer com esta enorme recessão e em muitos países os Governos veem-se e desejam-se para lidar com este desastre económico global. Duvido que alguma vez tenha havido tantos sem abrigo, muitos dos quais se viram sem casa devido ao desemprego. Os bancos são os primeiros não revelar qualquer compaixão para com quem lhes pediu dinheiro emprestado para comprar casa. Muitas vezes as crianças vão parar a centros de acolhimento porque as famílias não lhes conseguem garantir alimentação, roupa ou uma casa onde morar. Os velhos, que costumavam estar ao cuidado da sua própria família, acabam por se ver em lares de terceira idade pelas mesmas razões.
Mas há esperança! O Espírito Solidário de comunidade e de pertença que aqui encontramos oferece alguma ajuda e carinho sempre que possível. Todos podemos contribuir de alguma forma, mesmo que seja com pouco. Lembrem-se: primeiro dar… depois viver!
Talvez viva noutra parte do Algarve e saiba o que é que a sua Junta de Freguesia e as instituições e associações de solidariedade social estão a fazer para ajudar os mais desfavorecidos... Fale-me disso! Vamos ver se todos juntos conseguimos fazer a diferença... por pouca que seja.
A todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo
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Uma comunidade solidária
por Sun’s Dragon
Há uma série de motivos pelos quais muitos de nós, estrangeiros, deixamos os nossos países e vimos viver para o Algarve. O sol, o mar, a areia, porventura o golfe, ou mesmo um melhor estilo de vida, com mais qualidade e muito mais seguro. Seja qual for a razão, todos nós parecemos adorar o espírito de solidariedade que encontramos aqui. E é disso mesmo que quero falar agora: das pessoas que se organizam e se entreajudam.
Espírito de comunidade
Recentemente precisei ir à Junta de Freguesia da minha localidade, Santa Bárbara de Nexe, uma pequena vila nas colinas perto de Faro. Quando entrei nessa tarde, ouvia-se uma música alegre a tocar, vinda de outra sala. Curiosa, fui ver o que se passava: muitas das pessoas da vila estavam a divertir-se em pleno Chá Dançante à antiga. Fiquei espantada ao ver tantas caras conhecidas a deslizar pelo salão de baile, sorrindo, conversando e, nitidamente, a passar uma ótima tarde. O Presidente da Junta também lá estava a tomar uma chávena de chá e em amena cavaqueira com um grupo de velhos amigos, enquanto as respetivas esposas rodopiavam pela pista de dança improvisada. Um velhote estava a tocar umas cantigas portuguesas antigas e, embora eu não soubesse falar português, toda a gente me saudou de braços abertos, encorajando-me a entrar e a juntar-me a eles. No Algarve é comum realizarem-se este tipo de bailes nas Juntas de Freguesia e nos salões de dança ou danceterias locais.
Comovente
Existiré outro exemplo de pessoas (nada) comuns que fazem o que podem para ajudar a aliviar muito do sofrimento dos mais desfavorecidos. Com sede em Loulé, esta Associação tem um centro de dia para as pessoas com deficiência física e mental, proporcionando às famílias e aos respetivos cuidadores acesso a cuidados de saúde, ajuda e até mesmo reabilitação.
Na Existir, avaliam a capacidade de cada um e atribuem-lhe um “trabalho”. Esta terapia ocupacional pode envolver trabalho de computador, fazer cartas, esculpir, desenhar, pintar, fazer velas ou mesmo trabalho de carpintaria. O trabalho faz-se em grupos e os corredores enchem-se dos sons de conversas e risos. A Existir tem uma sala de fisioterapia apetrechada com todo o tipo de equipamentos de fitness: é usada pelas pessoas com incapacidades físicas debilitantes e que precisam de trabalho de reabilitação.
Também tem uma sala muito bonita, arranjada como uma loja normal, cheia de roupas, sapatos, acessórios e artigos de criança, etc. tudo peças doadas à Associação. Cada adulto desfavorecido tem 10 minutos para ver e escolher os artigos que lhe sirvam ou ao seu bebé ou criança, podendo fazê-lo com toda a dignidade e privacidade.
Esta Associação tem ainda uma rede de distribuição alimentar bem organizada que leva comida aos sem-abrigo e aos mais pobres da região, o que lhes permite manter a sua família junta. Até há bem pouco tempo, a Existir preparava, cozinhava e distribuía mais de 300 almoços por dia por escolas locais, conseguindo assim fundos para ser autossuficiente. Agora as escolas têm as suas próprias cozinhas e por isso esse serviço foi cancelado – um severo golpe no orçamento e autofinanciamento da Existir. Independentemente disso, continuam a cozinhar e a servir refeições aos mais carenciados todos os dias.
A Existir também gere uma lavandaria; lava e engoma roupa comum, atoalhados, roupas de cama e cortinados, e faz todo o tipo de arranjos necessários. Mais uma forma de autofinanciamento e de manter ocupadas senhoras ainda muito capazes. A carpintaria, gerida por um senhor em cadeira de rodas, repara, dá brilho e novas cores a mobiliário que as pessoas trazem para ser restaurado.
Toda esta Associação Solidária é gerida por pessoas dedicadas, que amam o próximo e que apenas querem ajudar os mais desfavorecidos da nossa sociedade. Já visitei a Existir algumas vezes e fui sempre recebida de braços abertos (tal como todos os visitantes que lá vão). Mostraram-me, e aos meus amigos, as suas instalações impecavelmente limpas, apresentando-nos com orgulho aquilo que os seus “trabalhadores” conseguem fazer. Por seu turno, os “trabalhadores” ficam felicíssimos por ver caras novas e é com espontaneidade que nos presenteiam com um abraço, um aperto de mão ou mesmo uma canção!
Dependendo quase totalmente do apoio da comunidade para o seu trabalho, desesperam por encontrar novas formas de angariar mais fundos. No Natal será realizado um concerto para angariação de fundos, por isso aqui fica a informação caso queira usufruir de uma noite de música festiva.
Por 20€ por ano pode tornar-se sócio da Existir: pode doar roupas, dinheiro, materiais para os seus workshops, comida para o centro de distribuição de alimentos ou levar a sua peça de mobiliário preferida para um bom restauro. Tudo o que possa fazer, por pouco que seja, será uma boa ajuda!
Em jeito de nota final, eis uma pequena história que me contou um dos voluntários da Existir:
Há uns anos atrás, muito perto do Natal, como a Existir ia fechar por uns dias, os voluntários da Associação fizeram cabazes de alimentos de primeira necessidade para os mais pobres, para os ajudar a passar a quadra natalícia. Mas ao entregarem esta prenda inesperada, muitas das pessoas devolviam-na dizendo que não tinham onde preparar as refeições, por isso era melhor dar esse cabaz a quem tivesse onde cozinhar aquela comida.
Isso mesmo: solidariedade pura!
Motards durões com corações de ouro
O Moto Clube Faro, cujo lema é “Live to Ride and Ride to Live” (“Viver para andar de mota, andar de mota para viver”), organiza uma fantástica Concentração de Motas todos os verões em Faro – já o fazem há mais de 30 anos! Mas sabia que estes motociclistas também organizam o Desfile de Pais Natais?
Trata-se de uma enorme “procissão” de motociclistas vestidos a rigor de Pai Natal, que se realiza no dia 21 de dezembro. O desfile inicia-se pelas 2h00 da tarde e parte das novas instalações do Moto Clube de Faro (sediado na estrada Faro - Olhão, perto da estação da BP).
Estes Pais Natais motoqueiros vão cheios de “miminhos” e guloseimas que recolheram anteriormente. O objetivo é distribuir essas prendas pelo Refúgio Aboim Ascensãode Faro e pelo lar de terceira idade das Missionárias da Madre Teresa de Calcutá, também em Faro, entre outras instituições de solidariedade. As prendas incluem brinquedos, roupas, comida, roupa de cama e tudo mais que as IPSS e Associações de Solidariedade Social tenham pedido para que possam continuar a sua missão.
Os motociclistas não fazem publicidade deste desfile fantástico, nem de qualquer outra iniciativa de solidariedade em que participem – simplesmente levam a cabo essas iniciativas e ponto final. Mas a visão de centenas de motards a percorrer as ruas de Faro vestidos de Pai Natal em vez de couro preto é simplesmente única e espetacular. À medida que vão passando, atiram guloseimas às crianças que os veem desfilar ao longo do percurso e, depois de terem ido às instituições entregar os muito bem-vindos donativos, aceleram até à zona pedestre da marina de Faro, onde convivem e oferecem fatias de Bolo-rei, doces e cálices de vinho do Porto aos habitantes de Faro.
Se também quiser contribuir com alguns “miminhos” pode visitar a sede do Moto Clube de Faro de segunda a sexta das 11 da manhã à 1 da manhã e aos fins de semana das duas da tarde à 1 da manhã e doar o que tiver aos sócios gerentes que lá estiverem.
Pelos vistos, toda a gente está a sofrer com esta enorme recessão e em muitos países os Governos veem-se e desejam-se para lidar com este desastre económico global. Duvido que alguma vez tenha havido tantos sem abrigo, muitos dos quais se viram sem casa devido ao desemprego. Os bancos são os primeiros não revelar qualquer compaixão para com quem lhes pediu dinheiro emprestado para comprar casa. Muitas vezes as crianças vão parar a centros de acolhimento porque as famílias não lhes conseguem garantir alimentação, roupa ou uma casa onde morar. Os velhos, que costumavam estar ao cuidado da sua própria família, acabam por se ver em lares de terceira idade pelas mesmas razões.
Mas há esperança! O Espírito Solidário de comunidade e de pertença que aqui encontramos oferece alguma ajuda e carinho sempre que possível. Todos podemos contribuir de alguma forma, mesmo que seja com pouco. Lembrem-se: primeiro dar… depois viver!
Talvez viva noutra parte do Algarve e saiba o que é que a sua Junta de Freguesia e as instituições e associações de solidariedade social estão a fazer para ajudar os mais desfavorecidos... Fale-me disso! Vamos ver se todos juntos conseguimos fazer a diferença... por pouca que seja.
A todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo
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